sexta-feira, 24 de junho de 2011

O que vem a ser este blog, afinal? (e + uma introspecção cronológica)

Imagino que as pessoas que chegam agora, sejam minhas amigas ou pessoas aleatórias que pesquisam "eu odeio o brasil" no Google, devem ficar perdidas aqui...
Afinal, que tipo de assunto aborda o meu blog? Nem eu nunca consegui definir... Até agora.

Agora há pouco eu estava fazendo um tour nostálgico no blog, vendo várias épocas da minha vida perdidas em um texto ou outro... Separando épocas do meu eu-lírico em parágrafos, temos:

Já no primeiro post, em fevereiro de 2009, eu definia o que eu escreveria no meu blog como "coisas que eu acho divertidas"... E, até um certo ponto, foi assim que aconteceu.
Eu estava determinado a escrever, tinha bastante tempo livre e encontrava muita coisa interessante pra falar.
Eu também estava determinado a deixar pra trás a minha incapacidade de ser sociável e introspecção (coisa que não consegui até hoje, aliás, acabei ficando ainda pior)... Bem, como eu disse, tour nostálgico :)

Eu quase desisti do blog uma vez, apenas depois de um mês como blogueiro! Mas voltei depois com força total... Isto é, até o meu primeiro trauminha idiota, que levou metade da minha alegria pro lixo xD
Enfim, continuei escrevendo sobre coisas interessantes, alguns temas polêmicos (ou não) e algumas coisas sobre minha vida...

Comecei a me meter no mundo das artes com poemas e, simultaneamente, minha depressão me levou a filosofar sobre tudo. E tudo que eu pensava coloquei com a tag "Filosofias de chuveiro" shaushuahsuahsuahs
Mais textos interessantes. Mais jogos e bandas que eu gostei. Mais poemas mal-sucedidos. Mais reclamações de estudante procrastinador. Mais pensamentos. Menos posts por mês. Muito mais posts apagados antes de serem postados...

Comecei a abordar as coisas cientificamente. Comecei a editar e personalizar o blog (e o resultado é mais ou menos o que ele é hoje). Empenhado em aprender HTML e ActionScript, meu tempo todo era perdido estudando, paralelamente aos estudos normais. Comecei a pensar sobre a vida, com pessimismo.
Cheguei a 2 posts por mês.

2010: Minha mente começou a se tornar o que é hoje. Com quase nada para falar e, pelo menos, dois textos deletados a cada um postado, meu blog foi negligenciado e, no ano todo, o número de posts foi igual ao do segundo mês de blog. No ponto crítico da minha insensibilidade emocional, escrevi o meu melhor (mas ainda ruim) poema.

No fim de 2010 eu finalmente encontrei um pouco de paz interior e me integrei na sociedade, fazendo o que eu gostava da fazer que, aliás, é a razão de eu ter tantos amigos hoje. Ainda assim, sem nada a falar, cada assunto que eu tentava abordar resultava num texto deprimente, a ponto que eu deletava praticamente tudo o que eu escrevia.
Assim, acredito, sou eu até hoje. Com apenas 8 posts nesse (ocupadíssimo!) semestre, escrevi tão pouco que todos até esqueceram que eu tenho um blog.

No começo de 2011, inspirado pela inesperada profundidade lírica da minha própria mãe, comecei a redescobrir a vida e a perder o medo de expor o meu íntimo. Por isso, com certeza, escrevi meus posts mais significativos: No Regrets e - Time Out - , que mais ou menos regem a minha vida atualmente.

Voltando ao assunto inicial, sobre o que é o meu blog? Depois de toda essa retrospectiva, é fácil saber.
Somente os meus amigos mais íntimos já se deram ao trabalho de acompanhar o meu blog, que também evidencia o mesmo fato: Este blog é, nas palavras mais clichês, porém mais sinceras, o espelho que reflete o eu que está sendo exteriorizado a todos. É um blog pessoal, que relata assuntos que eu quero e que podem ou não ter qualquer relação entre si.
Nele está tudo sobre mim que alguém pode saber; é a minha essência e, ao mesmo tempo, não é nada que mereça ser lido.

Já consegui muitas coisas por causa deste blog. Conheci várias pessoas, fiz alguns amigos na blogosfera, QUASE fui chamado para expor minhas idéias para um extenso público no Debate MTV... T_T
Ainda assim, é algo muito mais pessoal do que público... Hoje eu agradeço por ter apenas meus amigos próximos como leitores, coisa que antes me desanimava.

Enfim, depois de toda essa análise, eu tenho algumas coisas pra pensar e, se me der licença, preciso dormir x_x

Eu agradeço a você, amigo, não, leitor, que acompanhou a minha evolução e, esperançosamente, evoluiu também.
E a você, que está conhecendo este meu mundo agora, embora eu esteja receoso em me expor, seja bem-vindo(a) a mim mesmo o/

Vocês não fazem idéia de como estou receoso em clicar em "Publicar Postagem" agora... Tão indeciso quanto nunca estive...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Dever moral ou obrigação social?

Muitas vezes você já deve ter ouvido alguém falar algo do tipo: "Ué, você não tem o direito de ficar doente, não!?" pra justificar o não cumprimento de algum dever...

Pois bem, taí a raíz do que chamamos de "Jeitinho Brasileiro"

Vou começar explicando o que eu entendo sobre os dois termos:

- Dever Moral:
É o sentimento que se tem de que algo deve ser cumprido, em prol da própria moral do indivíduo. Um exemplo seria ofecer o lugar no ônibus para as outras pessoas mais cansadas, pegar lixo no chão, etc.
Num ambiente um pouco diferente, digamos... no seu trabalho, o seu dever moral seria ser cada vez mais útil e eficiente à empresa.
Na esfera das artes, seria como fazer uma música excepcional, beirando sempre à perfeição, ou atuar com coração e alma. Ou até (no exemplo que eu gosto) um videogame bom, com uma história envolvente e blablabla que fez os gamers amarem tanto os jogos.
Enfim, o seu dever moral basicamente é dar o máximo de si, além dos compromissos assumidos com a sociedade. Ao cumprir o seu dever moral, o indivíduo se sente realizado e "honrado".

- Obrigação Social:
É o mínimo necessário que uma pessoa pode cumprir do seu dever moral para com a sociedade, sem que sofra as sanções estabelecidas pela mesma. Resumindo, é empurrar os seus deveres com a barriga o suficiente pra que não seja sua culpa que algo não dê certo.
É aquele cara que "finge que não viu" papéis no chão, mendigos precisando de ajuda, pessoas que precisam de um lugar no ônibus... Mas não me entenda mal! Oferecer o lugar a idosos, getantes, deficientes e pessoas com crianças de colo ainda é obrigação social. A "lei" do senso comum está lá, explícita, com suas sanções estabelecidas pela sociedade.
Continuando... No trabalho, é aquela pessoa que finge que está doente, que quando adianta o trabalho compensa o tempo perdido nele com ócio depois, que não gosta de trabalhar, etc.
Nas artes, seriam aqueles músicos que só fazem o que precisam pra vender A LOT, como, por exemplo, o Sr. Justin Bieber (já viram quantas 15 versões diferentes de cada música tem no álbum "My World" ou algo assim?). Nos videogames, são aquelas empresas que fazer jogos ridículos, mas com muito, MUUUUUUUITO merchandising, como Kingdom Hearts (vide >isso aqui<)
De exemplo em exemplo, a idéia é que a obrigação social é fazer o mínimo possível para cumprir os compromissos assumidos com a sociedade, ou seja, a lei do menor esforço aliada ao "a culpa não é minha se não sou perfeito(a)".

Vamos a le problemática:
Quando que o dever moral se confunde com a obrigação social?
Quando que deixamos nossa honra e paixão pelo que fazemos de lado e passamos a "empurrar com a barriga"? (haja barriga, Sr. Procrastinação!)

Eis que tem um ensaio de dança marcado (por mim) em um domingo qualquer. O compromisso que eu assumi foi ensinar a dança a quem vier; a minha moral diz para dar o máximo de mim e chegar cedo, ensinar bem e etc.
Então a minha irmã vem me cobrar uma visita à casa do meu pai e sugere que eu falte ao ensaio justificando: "Ué, por acaso você não tem o direito de ficar doente!? Só você que não pode faltar nenhum dia? E daí que o ensaio depende de você?"
De certa forma, ela está certa. Eu teria, sim, o direito de faltar e todos entenderiam e me perdoariam por isso. Sem culpa, sem ressentimentos de ninguém. Porém, a que custo? Um ensaio perdido.
E é nessa cobrança que começam a se confundir dever moral e obrigação social, pelo simples critério da sua própria consciênia e moral.

É uma auto-cobrança difícil que precisa de muita motivação e por isso que é tão raro enontrar uma pessoa honrosa com os seus compromissos... E é por isso que é tão FÁCIL achar gente folgada e hipócrita por aí...

Agora deixo à critério de vocês...
O que seria o "Jeitinho Brasileiro"? Porque é tão impossível mudar um país com esse jeitinho?
Lição de casa, alunos, pensem por si mesmos :)