terça-feira, 25 de dezembro de 2012

E se todo dia fosse Natal?

Calma, antes de falarem que é ridíclo, eu não estou louco ainda!
Não estou falando do natal-presentes ou do natal-comida-pra-caramba.

Todo ano chega essa época linda, cheia de magia, todo mundo muito bem, todo mundo muito lindo, programas na TV, mensagens bonitas em todo lugar, etc etc etc.

O famoso espírito de natal.
Época de ser legal com todo mundo, de levar tudo na esportiva e passar o natal em paz.

Tudo muito lindo até agora, mas...

Por que diabos ser bom só UM dia no ano todo!?

Joserfino (personagem puramente hipotético) era um cara muito fino no natal. Cumprimentou todo mundo no ponto de ônibus, amou seus familiares, ensinou coisas boas às crianças da família, confraternizou com estranhos na rua...
Mas, nos 364 dias seguintes, foi um completo babaca no emprego e em casa.

Joserfino, "possuído" pelo "espírito do natal", teve disposição para engolir a arrogância e ser legal com todo mundo. Mas só por um dia.
Isso acontece não por causa de um espírito mágico ou uma época mágica. É apenas mais uma convenção da sociedade, assim como a própria religião que originalmente celebra essa data.
Onde eu quero chegar é: por que não difundir essa idéia para o ano todo? Qual o sentido de consagrar apenas uma data com essa "magia"? Pra que ela pareça ainda mais especial em relação às outras?

Vocês já assistiram algum programa natalino infantil, imagino. Por que essas mensagens de altruísmo e bondade só são passadas nessa época, nesse tema? Os fantasmas de Scrooge, por exemplo. Até hoje não vi um conto que incitasse altruísmo mais impactante que este, que raramente passa fora da época.

Eu sei que é altíssimamente improvável que qualquer pessoa humana aguentaria dia após dia, ano após ano, sem dar um piti na cara de alguém, mas, já não é um começo? Mudar a atitude começa com mudar os hábitos, não vejo como não poderia dar certo.

É óbvio que o que eu to propondo aqui é um caso utópico de eu conseguir enfiar a minha mensagem na cabeça da população toda, mas queria apenas expressar essa idéia. Confesso que, pessoalmente, não acredito que eu consiga influenciar a vida das pessoas mas, bem... Não custa tentar, não é?

Espírito de natal o ano todo!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sobre cotas raciais/sociais

Então, vamos começar explicando o porquê do post.
Meu amigo, Sr. Andreywat, perguntou minha opinião sobre o assunto, mas como o texto foi aumentando e aumentando e aumentando, resolvi compartilhar aqui no blog -q

Enfim, ele perguntou se eu era a favor ou contra as cotas raciais. Aqui vai o texto:

As cotas raciais (que já é errada por generalizar preconceito racial apenas à raça negra) tem como objetivo sanar a dívida social histórica devido à escravização, certo?
Os escravizadores morreram faz tempo, assim como os escravizados. O que resta, a real "dívida", é a condição precária hereditária associada à raça. Só que, assim como o comum é encontrar famílias de descendentes destes escravos na precariedade, também existem famílias negras que ascenderam socialmente, e não pouco.
Logo, a dívida não pode ser considerada RACIAL, uma vez que há exceção à regra. Afinal, se uma família conseguiu, o que impede as outras de conseguirem? O problema é que essa dívida não deixa de existir, mas a gente já volta a ela.

Aí existe o preconceito, herdado pela sociedade, que prejudica na formação da criança por motivos de: bullyng. Ela passa a acreditar que é diferente e a criar um rancor contra a parte preconceituosa, formando um "bloqueio" de ódio, seja de que forma ele tomar. Esse ciclo de preconceito é o que todo mundo acha que é a "dívida social", mas é só o real problema de preconceito racial contra os negros.

Bom, como deve ser sanada a dívida, então?
Primeiro, dá pra concluir que o fruto da escravização não só é o preconceito, mas a condição precária associada desde o nascimento a estas famílias relacionadas de alguma forma com descendentes de escravos.
O preconceito é algo muito além de sócio-econômico que o governo possa resolver. É algo difundido pela sociedade inteira e que, assim como foi difundida, deve ser eliminada através da cultura. Um exemplo hoje é o Obama dando outro cala-boca nos preconceituosos norte-americanos.
O problema que deve ser debatido então é a segregação social, que não acontece só com famílias negras e já engloba outra parte da população. Cotas SOCIAIS deviam resolver ambos os problemas, mas nunca cotas RACIAIS. Assim como evidenciada nos debates de igualdade sexual, nunca haverá igualdade enquanto houver tanto prejuízos quanto vantagens a uma das partes. O mesmo se aplica à desigualdade racial e também deveria se aplicar à desigualdade social (mas é um caso muito mais complicado e desigual)

Enfim, sou a favor ou contra?
Bom, mesmo caso as cotas sociais funcionassem, tem sempre o problema do governo querer bater sempre na mesma tecla: dar privilégios e não cobrar.
Uma coisa que meu professor de Tecnologia e Sociedade já debateu em sala sobre o bolsa-família:

"De quê adianta o governo dar um benefício todo mês se não cobra nada em retorno do sujeito!?"
Ou seja, o "sujeito" toma o benefício como garantido e o usa como bem entender. Um exemplo que o professor deu foi estipular um prazo máximo de validade do benefício e a obrigação do(s) responsável ou responsáveis pela família de fazer um curso profissionalizante e entrar no mercado.
Então, além de aplicar uma medida corretiva de curto-prazo no problema, o governo também estaria resolvendo o problema a longo prazo. Mas o que acontece é bem o contrário, não?
O bolsa-família é abusado pelos beneficiários do programa, usado como bem entenderem e raramente revertido numa real melhora da própria condição social, passando o problema para a próxima geração da família.

O mesmo acontece com cotas raciais, embora seja muito menos crítico. Afinal, é um dos principais argumentos anti-cotas raciais: pessoas que nunca sofreram de preconceito usufruindo de cotas raciais e pessoas que, sofrendo ou não do preconceito, nunca nem se incomodaram a estudar com afinco por saber que existem as cotas.
Junto com o benefício deveria vir uma cobrança. Um período de jubilamento menor, um limite de matérias reprovadas menos ou algo que balanceasse a vantagem de passar por sistema de cotas. Algo que fizesse o indivíduo que passou por cotas assumir o compromisso com o programa que o beneficiou, que o fizesse digno deste benefício.

Está aí:
Eu sou CONTRA as cotas raciais.
Eu sou A FAVOR das cotas sociais que, embora sejam mal formuladas hoje, são a única medida remediativa dos reflexos da desigualdade social na educação.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Intermission

Interrompendo a atividade normal do blog, venho aqui compartilhar um experiência bem... curiosa.

Bom, resumindo, eu quase nunca tenho sonhos, mais ou menos uma vez por mês. E quando tenho, eles se esvaem rapidamente. Porém, hoje eu consegui guardar boa parte dele escrevendo-o, e, devo dizer, quando eu tenho sonhos, eles costumam ser muito loucos. Inclusive uma vez eu tive um pesadelo com uma salsa&cebola demoníaca, mas isso é outra história.

A primeira cosia que eu lembro é estar numa cidade com cara de São Paulo, mas, claramente, com a configuração urbana de Curitiba. Se eu não me engano, era uma versão paulista de umas 3/4 vias da Mariano Torres com  a 7 de Setembro em que eu começei essa parte do sonho.

Estávamos numa viagem e meus amigos, cujas identidades não estavam muito claras, estavam do outro lado da rua me esperando. A faixa de pedestres era um pouco mais a frente e, por alguma razão, eu tinha o facão branco da cozinha de casa na mão.
Eu brincava de cortar uns postes,  que eram brancos e mais ou menos da altura daqueles que seguram os semáforos de pedestres. Quando eu cortava os postes, verticalmente, caíma uma casca metálica pra cada lado, e revelava uma espécie de espuma de poliestireno dentro. Eu fiz isso com uns 4 postes antes de chegar na faixa de pedestres, e é aí que começa a ficar interessante.
Na hora que eu ia atravessar, uma ambulância vinha à toda, então eu esperei e, acho que em frustração, golpeei a base do poste do semáforo, que, curiosamente, só sofreu um risco, e, quando olhei pra cima, vi que a ambulância havia parado pra me dar passagem, viu o meu golpe em patrimônio público e, chocado, subitamente exclamou algum xingamento que não lembro mais.
Nisso, atravessei a rua, mas o sinal nem estava aberto e, por algumas passadas rápidas, não fui atropelado. O mesmo aconteceu na outra via que faltava atravessar: um carro parou e, quando eu estava atravessando, outro carro esportivo rasteiro vinha em alta velocidade. Eu só dei uma passada a mais e um pulo, fazendo o carro quase acertar minhas costas, por alguns centímetros. Mas isso foi na maior naturalidade, como se eu fizesse isso sempre e meus amigos aparentemente nem perceberam.
Foi só aí que eu começei a correr freneticamente, certo de que a polícia iria me perseguir por causa do poste (sim, estilo GTA).

Passei reto pelos meus amigos e, depois disso, vem um branco na memória.
A próxima coisa que eu lembro é estar numa espécie de matsuri, momentos antes do matsuri dance começar. O Onaka então vem me chamar, dizendo que o Rapha precisava de gente pra puxar uma filinha e, no caminho pra lá, ele me mostra uma barraquinha, estilo festa junina, onde o jogo era pegar um cubo mágico e copiar a imagem que eles davam (cada imagem ganhava um prêmio diferente). Ele disse "Talvez você tenha mais sorte do que a Luíza, haha!".
Curiosamente, a imagem que eles queriam que eu reproduzisse era de um cubo de 12x12 pra cima, mas me deram um cubo 3x3 para fazer o serviço. Depois de um tempo, parecia que eu não estava conseguindo me concentrar no cubo mágico (vocês acham que é fácil girar um cubo mágico num sonho?) e queria saber o porquê... De repente, me atingiu que eu estava sendo perseguido pela polícia e começei a correr de novo! Então estava eu correndo em direção a um hotel, por nenhum motivo aparente, dessa vez com o facão numa mão e uma toalha branca na outra, que usei para cobrir o primeiro. O problema é que eu já não lembrava mais o porquê da minha perseguição, logo assumi que havia matado alguém.
Em algum momento entre a corrida frenética e eu falando com o recepcionista, eu consegui a chave de número 71, mas que não era minha, visto que eu estava preocupado que o dono do quarto estivesse lá.
Um menino, da minha idade, começou a me ajudar (embora eu nem fizesse idéia de quem fosse) e saímos correndo para achar o meu quarto, ou era o que eu pensava. De repente, estávamos num lugar tipo um cemitério, só que não mórbido, cheio de pessoas passeando e "tumbas" com pequenos cofres numerados no lugar das fotos dos falecidos. Continuei correndo e liderando meu próprio caminho (aparentemente meu novo amigo evaporou) e passei por dois "rios", que eram partes de uma piscina com largura de aprox. 2 metros. Embora tivessem pontes para atravessar (que eu sei que estavam lá, mas não conseguia vê-las), atravessei os rios mergulhando e nadando. Correndo um pouco mais, achei o cofre 71 e meu amigo, de repente, apareceu lá para abrir o cofre pra mim.
Coincidentemente, o cofre era minúsculo e do exato tamanho retangular do meu facão. Discretamente deslizei o facão dentro do cofre, cobrindo a ação com a minha toalha (que, incrivelmente, estava seca). Tentando escapar rapidamente da prova incriminante, fui voltando para o matsuri, mas, quando já havia passado os dois rios, me toquei que minha toalha não estava comigo. Não sei porque diabos, mas eu tive a brilhante idéia de ir buscá-la (agora posso me gabar que sou um mochileiro até nos sonhos).
Passei do cofre 71 e continuei procurando ela, e quando olhei em volta, havia policiais por todos os cantos e já havia anoitecido. Rapidamente, começei a correr, zigue-zagueando os policiais que pareciam nem se importar com a minha presença. Quando estava quase chegando no rio, passei por uma figura interessantíssima: Lord Fucking Voldemort. Embora fosse um policial comum, tinha a mesma aparência e os mesmos trajes do filme e, imediatamente, percebi que ele seria o "Sherlock Holmes" do bando de idiotas que deixavam o suspeito sair correndo da cena do crime. Me desesperei ainda mais, mas meu amigo surgiu lá novamente e veio falar comigo. Porém, ao invés de um diálogo normal como pessoas normais sonham, apareceu uma caixa de diálogo transparente do tamanho da "tela", parecida com a do jogo Skyward Sword, perguntando alguma coisa do tipo "Onde vamos agora?" e algumas opções. Quando eu escolhi uma, sem sair da caixa de diálogo, ouvi claramente a voz do Voldemort dizendo "Aaahh, então é isso? Ha!"
ELE ATRAVESSOU A QUARTA PAREDE ;~;

A idéia dele estar lendo minha escolha que, como de costume em jogos, era totalmente privada, ou melhor, onde todos alheios à conversa são congelados, quebrou a minha psique e eu acordei.

Pensando agora, é até lógico, uma vez que eu nunca tive aulas de Oclumência, rsrsrsrs

Haha! Espero que tenham achado tão estúpido (de um jeito bom) quanto eu achei xD
Em breve retornaremos à atividade normal do blog, obrigado.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Gramática ou Ingramática?

Não é de tão pouco tempo que vem esta discussão entre literários ou aspirantes de Pascoale, mas, agora que ela está finalmente entrando no âmbito das escolas, acho que já tenho calibre pra dar minha opinião.

Resumindo a ópera, pra quem ainda não se informou (e não tenho fontes pra isso), a discussão é sobre a necessidade ou não do uso correto da gramática como a conhecemos (ou achamos que conhecemos).

- O uso correto é defendido pela necessidade de se comunicar e manter a ordem etc etc etc.
- O não uso é defendido pela aceitabilidade do mesmo: afinal, a finalidade da própria comunicação é ou não é apenas transmitir uma mensagem? Qual é a diferença entre "Onde fica o banheiro? Preciso usá-lo." "Ow, kd as privada, qro da um mijão"... Ok, qual é a diferença - tirando a falta de educação?

Ou seja, contanto que a outra pessoa consiga captar a mensagem, qual é a necessidade do uso formal das palavras ou, às vezes, até o uso delas? E é aí que entramos na grande, má e assustadora discussão.


- Big, mean and scary :C
Começo a mostrar as minhas próprias idéias com uma pergunta retórica (pra variar):
Como será a nossa gramática daqui a alguns anos ou décadas?
Ok, agora é até possível imaginar como gírias e erros gramaticais conseguem dar conta do recado, mas e depois?
Digo, gírias foram feitas para simplificar a comunicação com um certo grupo social, trocando um punhado de palavras grandes e assustadoras por palavras simples e rápidas de dizer. Ao mesmo tempo, erros gramaticais geralmente surgem pela dificuldade de algumas palavras serem pronunciadas ou memorizadas.
Seguindo essa linha de raciocínio, podemos dizer que isso é uma tendência, ou seja, as gírias e erros de agora continuarão passando por mais um processo de "ingramaticação" e estas, por suas vezes, continuarão passando por este ciclo. Ou seja, de gíria em gíria, muitas palavras são perdidas, até que um dia não haja mais nenhuma pra representar tal idéia ou ação e nós já estamos neste ciclo! Já há palavras perdidas e até uma língua morta, o latim.

A língua, a gramática e até os gestos foram criados para criar ordem na comunicação humana. E conseguiu! Comparando com os antigos homo sapiens, hoje nós conseguimos transmitir idéias complexíssimas usando uma única frase (ou gesto). Porém, tire essa ordem e nossa tendência é, dado um grande intervalo de tempo, voltar aos grunhidos cavernais, adaptados ao nosso estilo de vida futuro, que provavelmente não seria civilizado, vide Idiocracia (dublado em baixa qualidade no youtube).

Essa é a minha idéia principal, porém, também tem tantas áreas que são afetadas, todas derivadas da comunicação, como a música, poesia, filmes, manuais e até o próprio ato de instruir, entre várias outras coisas. Vai chegar um tempo (na verdade, talvez até já tenha chegado) em que as pessoas não serão mais capazes de expressar alguma mensagem ou sentimento através de palavras e os leitores já não vão saber o que algumas delas siginificam.

Enfim, deixando toda essa viagem no tempo de lado, a gramática é uma coisa ruim de aprender? Sim. É um objeto usado como desigualador social? Sim. Mas não deixa de ser essencial à vida em sociedade e também à riqueza intelectual humana.

domingo, 26 de agosto de 2012

Linhas temporais e suas piras

Muita gente gosta de se perguntar "E se isso ou aquilo na minha vida diferente? E se eu não tivesse feito tal coisa? E se...?", mas poucos fãs de ficções de realidades alternativas vão saber como não só uma coisa, mas talvez tudo, realmente seria diferente.

E, dessas pessoas, acho que ainda menos se incomodaram em se envolver nessa linha de pensamento.
É uma coisa bem interessante, na verdade, só é trabalhosa de se pensar.

A idéia é que, além de saber que, caso uma coisa fosse diferente, outras mudariam, também saber que essas coisas mudariam outras coisas e assim por diante, mais ou menos como a idéia do Efeito Borboleta, ou melhor dizendo, a Teoria do Caos em si. Afinal, o decorrer da vida de um ser humano também é um sistema estupidamente complexo.

O primeiro erro que todo mundo comete é generalizar o resto da linha do tempo, a partir do momento que ela diverge da original (tipo se imaginar conhecendo as mesmas pessoas, frequentando os mesmos lugares, gostando das mesmas coisas etc.)
Na verdade, uma aproximação muito boa é o filme "Efeito Borboleta" (muito bom, aliás), em que o protagonista realmente é capaz de voltar em certos momentos do tempo e refazer alguns acontecimentos. Tirando que, obviamente, os outros personagens ainda são os mesmos (senão não tem trama, né?), uma única ação ou palavra do protagonista no passado acaba redefinindo toda a sua vida.

Mas imaginar como seria "E se...?" é ainda mais complexo que isso, porque a gente sai do certo e passa pro possível, como uma raíz de uma árvore (quase que) infinitamente grande. Seguir o próprio ramo da raíz é fácil, já que você conhece cada centímetro dela. Mas, a partir do momento que você se desvia dessa rota, tem infinitas outras possíveis, e resolver escolher uma qualquer (ou tentar voltar pro ramo original) é se basear no achismo (que não é ciência e não vale nada, mas vou fingir que sou imparcial sobre o assunto).

Resumindo a longa história, é praticamente impossível prever como sua vida poderia ser diferente, e exponencialmente mais difícil quanto mais cedo essa alteração ocorre. Como seria possível prever que tipo de pessoa você seria se tivesse uma criação diferente, por exemplo? Dependendo disso, todas suas escolhas ao decorrer da vida seriam diferentes, sem mencionar que estamos sempre em constante mudança e evolução (ou não).

Inclusive esse assunto de criação é igualmente interessante por si só, mas deixo pra outro dia, senão vocês vão se cansar de mim escrevendo aqui, haha xD

Acho que o melhor que podemos fazer é algo no estilo do Efeito Borboleta, mesmo, mas tirando as pessoas iguais e envolvendo um pouco mais de complexidade (quem sabe numa linha do tempo aí você não tá morando na Austrália?). Mas, também, quem vai querer saber da Austrália, não é? Ou não?
Eu gosto de imaginar essas situações, mas de algum lugar que eu pudesse me observar da minha realidade atual, senão parece que nem sou eu quem está lá e, logo, é mais fácil pegar a vida de alguém aí e colocar a minha cara na foto do RG que dá na mesma xD

Despeço-me por aqui e peço perdão pelo post inútil que não deve levar a lugar algum o/

domingo, 12 de agosto de 2012

Sobre "Liberdade"

O que é, o que é? Quanto mais você batalha por ela, menos você a tem?
Exato. Liberdade é um assunto sobre o qual eu nunca formei nenhuma opinião concreta, isto é, até meu professor de Tecnologia e Sociedade tocar no assunto.

Segundo ele, a liberdade humana é o ato de exercer seu livre arbítrio e fazer o que a natureza o fez capaz de fazer. Correr, cantar, dormir, etc. é tudo aproveitar sua liberdade.

Porém, como podemos ser livres hoje em dia, sendo que, para sobrevivermos, precisamos trabalhar? Muitos conceitos e paradigmas se misturam aqui, formando uma discussão bem interessante de se levar no peito.

Tudo começa quando nossos pais nos forçam a estudar, sacrificando nossa liberdade em troca de dinheiro a longo prazo. E sabe como é, né? Dinheiro é conforto, e conforto para as pessoas é viver bem, que, por sua vez, é liberdade para elas. Basicamente, quanto mais ambiciosos ficamos, menos tempo temos para sermos livres. Quanto mais tempo trabalhamos, é óbvio que menos tempo teremos para relaxarmos. E assim entramos no paradoxo:

- "Sacrificarei minha liberdade para trabalhar agora, para que depois possa viver plenamente a minha liberdade"

Resumindo, "Sacrificarei a minha liberdade para ter liberdade depois". Pode até parecer um ciclo sem fim e sem perdas, mas não o é. O primeiro problema desta afirmação é que o "depois" nunca chegará. As pessoas trabalham, trabalham, trabalham e só param ao ficarem idosos, quando vem a "grande recompensa" que elas não podem aproveitar, já que seus corpos são cansados demais para viver em plenitude.
O segundo problema vem das pessoas não querem parar de trabalhar. A ambição se torna o maior inimigo da liberdade, pois nós acabamos querendo sempre trabalhar mais, para ter mais dinheiro, para comprar mais conforto e, sobretudo, para comprar mais STATUS. Quanto mais compramos, mais achamos que a nossa vida acaba de melhorar, mas, a verdade é que (pensando, a partir desta linha, em 12/08/12), por sacrificarmos nosso tempo que temos para viver, ganhamos apenas uma recompensa pequena que só serve para melhorar um pouco nossa qualidade de vida.

Ou seja, entramos num paradoxo de "Quanto mais livre sou, menos livre fui", ou "Quanto mais livre fui, menos livre serei"
Existindo os dois pontos de vista, cabe a cada um pesar ambos e ver como mais vale a pena dosar os dois em sua vida.
A minha opinião (que, se eu lembro bem, era a mesma do professor), é que temos que trabalhar apenas o suficiente para exercermos nossa liberdade natural essencial, sem muitos luxos.

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Fazendo uma sessão "release de rascunhos", taí um rascunho não publicado de 24/04/12

Sobre minha involução como escritor?

Eu não posso escrever porque não sei sentir, esqueci como é, minha alma é um elevador vazio com uma suave e irrelevante música de fundo. 
 - Charmander, Charles


Agora são 7 horas da manhã e eu ainda não fui dormir.
Com mais nada pra fazer, resolvi navegar um pouco na minha antiga blogosfera... Muita nostalgia, mas, de cara, aquele ar de depressão.
Nenhum de nós ainda posta com frequência. E por "com frequência", eu quero dizer menos de 6 meses entre cada postagem, né?

Quer dizer, agora são fucking SETE horas da manhã!!! A essa altura do tédio eu já teria escrito pelo menos uns 3 rascunhos bem longos. Hoje eu estou aqui lutando contra a preguiça para escrever um texto que eu QUERO escrever.

Quando eu me tornei tão preguiçoso? Ou será que não? Será que apenas o meu conteúdo se tornou alguma coisa tão séria que eu tenho medo de diminuir a qualidade?

Quer dizer, no começo deste blog, eu postava recomendações de jogos e coisinhas que eu aprendia nas aulas de japonês... Quando foi que eu me tornei tão seletivamente chato?

Eu lembro que comecei o blog na tentativa de compartilhar o que eu gostava e, ao mesmo tempo, matar o tédio. Logo veio a preocupação com uma linguagem culta, de quem sabe o que está falando.
Logo vieram os posts existencialistas, questionando minha própria existência.
Já conformado, a partir daí só escrevi textos "de utilidade pública", passando lições das minhas más experiências à frente.


Será que eu perdi a necessidade de desabafar com alguém? Me acostumei tão bem a me reservar que nem preciso mais exteriorizar nada?


Mesmo com pedidos de novos textos de pessoas que querem ler o que eu tenho a dizer, eu não mais me animo a escrever qualquer coisa que seja.


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Fazendo uma sessão "release de rascunhos", taí um rascunho não publicado de 13/02/12
Publicidade do blog não é mais uma opção, não é? ... xD
É agora que sou obrigado a escrever um post novo para não deixar estes no topo

sábado, 7 de julho de 2012

Querido diário,

Hoje tive uma oportunidade muito tentadora, e acabei mordendo o ~fruto proibido~, e até agora estou tentando decidir se foi uma boa idéia ou não.
Li o diário de um certo amigo que não deve ser nomeado (que eu espero que não leia o blog tão cedo) e parei pra refletir um pouco sobre eu mesmo. Sei que não é de costume falar sobre mim num blog de coisas que eu acho interessantes, mas já liguei o computador do dito cujo amigo e são 6h da manhã e eu ainda quero descansar para o ensaio que vem daqui a três horas. E ele acabou de roncar, alá. Enfim, e lendo ele agora, parece bem útil pro caso de todos vocês, leitores. (Todos os três)

Primeiramente, vendo um diário tão repleto de sentimentos e pensamentos, duas coisas me vieram à cabeça (três, se for contar esses erros ortográficos aí hahahahaha): comecei a contemplar como eu não fazia idéia de tudo aquilo que ele sentia e como eu não conseguia ter metade da intensidade emotiva que ele colocava em tudo que fazia.

Será que, por ter uma rotina tão atarefada e mal parar pra pensar, eu mal tenho tempo pra cultivar minhas próprias emoções? Será que elas já nascem e morrem assim? Ou será que, na minha vontade de viver e conhecer tudo eu mal consegui me apegar a algo?
... Será que eu me tornei esse ser insensível que alguns pensam que sou? O tipo de gente que eu menos queria me tornar.

Não seria a primeira vez que sou acusado de ter me tornado mais frio e julgador e menos passional.
Afinal, o que eu estava fazendo este tempo todo que era mais importante do que me preocupar com o que um dos meus melhores amigos estava fazendo? Eu subestimei completamente o que ele sentia, julgando quase que só pelo que ele me falava em raros encontros.
Parece até que minha "paixão platônica" não passa de um romancezinho adolescente perto da dele. Ou será que eu só estou chocado pelo drama das palavras dele?

Ele acabou de acordar, me encarou e voltou a dormir. Acho que nem vai se lembrar amanhã.


Tive vontade de me sentir assim novamente. Já tá na hora de ressuscitar o Luiz passional de dois/três anos atrás que eu matei... Isso se eu ainda for capaz. Foi, na verdade, o que me motivou a fazer um diário, também. Mas, na falta de um (que eu provavelmente nem terei empenho de fazer), escrevo neste substituto aqui para vocês.

Não acho que ter me tornado essa pessoa pragmática me ajudou. Claro que as coisas ruins passaram, mas as boas não ficaram, como planejado, mas foram junto. O problema é que não sei mais se tenho a ingenuidade e fé para voltar atrás.

É agora que eu geralmente fecho o texto e deixo minha opinião final para vocês, mas acho que agora essa reflexão ficará por vossas contas.

PS: Tinha um monte de PS que eu queria escrever, mas já não lembro de nada.
PS2: O título fica como "..." até eu achar um melhor.
PS3: Deu pra perceber que eu incorporei até o poeta de diário agora, hein? -q
PS4: Eu tenho um rascunho quase virando texto. Em breve eu termino ele e sai um novo post aí

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Revisitando L'amour

Venho aqui, às 3 da madrugada, revirar esse assunto, agora analisando meu passado do meu atual ponto de vista.

Muitas vezes já parei pra pensar, e muitas vezes cheguei à conclusão de como eu fui bobo e ingênuo...

A grande verdade é que o amor é mais um produto. Um produto que a sociedade faz questão de esfregar marketing na sua cara, tanto a ponto de você acreditar. Afinal, "se todo mundo acha que é, porque eu acharia diferente, né?"
O pior é que essa propaganda é (quase) tão perfeita quanto a de um produto das Organizações Tabajara. A promessa? Só a tão utópica Felicedade Eterna dos contos de fadas.

E é convenhamos que todo mundo engole essa história, sim. Não digo que o amor (no sentido que quiser) não seja uma coisa muito boa... Apenas que não é um Kinder Ovo Maxi, né?

Aos meus cômicos 12~14 anos, eu achava que, assim que eu encontrasse "a pessoa certa", eu teria tudo pra sair por aí e ser feliz, como meta de vida, mesmo.
O problema é que muitos pensam assim e acabam achando que a vida inteira revolve ao redor desta meta, desperdiçando todo seu tempo e energia correndo atrás desse objetivo.
Não digo que a pessoa vai literalmente passar cada minuto da sua vida correndo pelas ruas e conheçendo pessoas, mas só que irão concentrar todo o seu espírito nisso.

Por espírito, eu quero dizer: tempo livre, paixão, emoções e confiança.
Se você ainda não entendeu aonde quero chegar, é nas decepões amorosas.
Uma coisa é uma paixãozinha passar. Outra coisa é alguém destruir algo a qual você dedicou o seu espírito. É pegar todo seu tempo e esforço e dizer que foi em vão (além, é claro, de quebrar os laços afetivos, que acontece de um jeito de outro)

Ou seja, para mim, acreditar no amor e perseguí-lo dessa forma é o mesmo que ficar correndo atrás de decepções e desperdiçar a vida em si.

Eu acredito agora que vivo mais em paz, fazendo o que me faz feliz e me deixando ser levado pela corrente, ao invés de tentar nadar contra ela.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Sobre a falta de posts

Títulos alternativos (que eu preferia, mas não cumpriram a cota de objetividade/significado):
- Sobre a escrita dispersa;
- Sobre a escrita não-esporádica;
- Oi;
- Sobre a abstinência de posts.


Uma grande parte de ninguém deve ter notado que eu já não escrevo no blog há um tempo, e eu percebi o porquê há uns meses atrás (mas só tive empenho para aglomerar tudo em um post agora).

O assunto tem dois focos distintos, mas igualmente importantes (mas, na verdade, eu só digo que sim para manter a imparcialidade): A falta de exercício da imaginação e o lento vazamento disperso de assunto.

Bem, o primeiro tópico é até meio óbvio quando se pensa na minha idade... Afinal, faço 19 este ano e estou na faculdade...
Basicamente, o que nos faz parar de exercitar a imaginação são a falta de tempo (e até vontade) para deixar a mente voar um pouco. Com tanta coisa pra se fazer, tanta responsabilidade, "avoar" não é bem a opção mais atraente...
Resumindo a corrente de consequências, perder o costume de imaginar nos faz perder a criatividade, que dificulta a formação das nossas idéias que, por fim, dificulta a expressão de um grande assunto coerente.

"E o que acontece com a criatividade que sobra?"
Bem, aí vem o outro tópico: dispersão de criatividade (que é mais importante, mas eu não vou dizer isso em texto com contraste pra não ser ideologicamente racista).
Na internet de hoje, está na moda o micro-blogging, que é mais ou menos a mesma coisa que um blog, mas as diferenças fundamentais são: textos curtos e objetivos e imagens como único conteúdo.


Mas o que eu quero dizer com isso? Simples: Para micro-bloguear, não precisamos mais de toda aquela preparação, juntando conteúdo e interligando-o logicamente. Apenas uma frase condensada ou uma imagem já constituí toda a idéia que você quer expressar.
Ou seja, a falta de criatividade te deixa com pequenas caixinhas de assunto que crescem com o tempo... Porém, temos o micro-blogging, que as despacha antes de crescerem e tomarem uma forma considerável.
Vamos nos livrando dos nossos assuntos frequentemente e em pequeno volume, evitando que eles crescam e se tornam um grande texto lindão como este (só que não).
É como se um agricultor não esperasse seus produtos crescerem antes de colhê-los e vender por aí por um preço bem ridículo.

"Tá, mas assuntos não são 'consumíveis' assim, você sempre pode revisitá-los" POOOOOOORÉM, é o seguinte: depois que você os expressa, eles deixam de ser interessantes e param de "crescer".

Por exemplo, a esta altura do texto, de tanto eu remoer o assunto, ele já ficou desinteressante e eu já não sei como continuar a desenvolvê-lo... É como um bloqueio criativo... Na verdade, É um bloqueio criativo (eu acho). E é nessa altura que eu costumo finalizar o texto e colocar algo sagaz no rodapé.

E ficam aí as dicas pra quem quiser manter seu blog fresquinho:

- Não deixe vazar pedacinhos de assuntos relevantes. Ao contrário, espere até que você tenha material suficiente para fazer um texto de qualidade muito melhor.
- Não deixe de buscar inspiração em outros blogs ou livros ou apenas num momento de profunda reflexão filosófica no banho.
- Deixe de ser preguiçoso!



E é pela terceira dica que eu vou continuar espaçando tanto os posts no blog /o/

Sobre L'amour

Sim, isto não é uma miragem. É um post, mesmo (e já enganchando um próximo post sobre a não-abstinência de escrever).
E ainda por cima venho lhes dissertar sobre um tema jamais visitado na história deste país blog!

Sim, nunca gostei (e ainda não gosto, na verdade) de falar sobre o amor, mas é o único tema cujo assunto ainda não me foi drenado (vide post acima). Ah, e já aviso que não gosto de falar do assunto por razão nenhuma. Prepare-se para uma leitura nada agradável. Se você, leitor, não se sente muito seguro da sua opinião, recomendo pular o post (não que eu esteja esperando que alguém, além de uns 3 amigos, leia).






~~~~~~~ Última chance ~~~~~~



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Hmmm... Bem na verdade, eu vim aqui para não falar sobre o amor! Uma coisa muito discutida, muito abstrata e muito mais ainda poetizada/idealizada.
Já deixo claro desde o começo a minha posição sobre o assunto: (assim como a boa professora de redação ensinou)...
Na verdade, nunca gostei da minha professora de redação, meu verso é livre, sacomé, brow? Então acompanhe o raciocínio, truta:

Muita gente entra em divergência sobre o verdadeiro significado do amor, ainda mais quando se trata da magnitude deste sentimento. Uns dizem que é um sentimento supremo, como se não houvesse nada mais forte no mundo... Na verdade, quase todos dizem isso, a diferença é apenas o nível de hipocrisia: desde amor sincero a amar umas 15 pessoas diferentes ao longo do ano. Enfim, as pessoas restantes simplesmente não acreditam no amor, afinal, é ou não é algo muito forte e idealizado para ser real?

O problema é que, assim como uma religião, o amor é algo que nós desejamos que fosse verdade, que nos dá esperança, que nos tira de uma vida monótona para uma utopia sentimental. É um sonho, ou melhor, uma ilusão que, cedo ou tarde, quebra e nos deixa em queda-livre rumo ao duro chão da realidade (votem em mim pra melhor poeta do blog, galera!).
E o segundo problema é que, também assim como uma religião, tem aqueles fiéis seguidores e aqueles não-tão-fiéis-assim da doutrina. Na verdade, eu acho que é bem daí que surgem as divergências sobre o conceito dessa coisinha louca chamada amor (Queen tá na moda agora!).

Enquanto algumas pessoas, fiéis seguidoras do amor, acreditam que o mesmo é o tal sentimento supremo, quase inalcançável, as não-tão-inteligentes-assim acreditam que amor é aquilo que você sente depois de conhecer uma outra pessoa atraente por duas semanas... Ah, e lembrando da posição dos realistas/pessimistas de que o amor nem existe.

Voltando ao fio da conversa, o que é o amor, afinal?
Na minha opinião (toma, professora de redação!), embora eu também queira acreditar que o amor existe, não passa do que aparenta: uma linda (e inspiradora) mentira que a esperança humana não deixa morrer.
Para ser bem sincero, eu não estava muito confiante sobre isto até um tempo atrás...

Eu era do tipo "adepto confiante" (e provavelmente ainda sou), que não entraria em relacionamento algum, a não ser que fosse "a pessoa certa", etc. Mas, quanto mais eu tentava, menos eu conseguia imaginar o amor como uma possibilidade.
Ainda mais se tratando das circunstâncias. Como já diz o ditado (que eu acabei de inventar): "Nenhuma maçã permanece saudável em meio a uma colônia de fungos". Afinal, é muito difícil sustentar um nobre ideal numa época e sociedade com conceitos tão depravados do mesmo... É muito mais fácil seu ideal se corromper e, lentamente, se tornar tão medíocre quanto o socialmente aceitável.
"Tão difícil quanto tomar 20L de água com uma colher... de chá" - Heofacker, Luiz.

"Será que não seria melhor só tentar ser feliz com uma pessoa qualquer, como todo mundo, ao invés de viver sozinho poupando os outros e esperando 'a pessoa certa'?"
- De Um Amigo Meu, Amigo

Sem frases sagazes de conclusão de post pra vocês, hoje.