segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Intermission

Interrompendo a atividade normal do blog, venho aqui compartilhar um experiência bem... curiosa.

Bom, resumindo, eu quase nunca tenho sonhos, mais ou menos uma vez por mês. E quando tenho, eles se esvaem rapidamente. Porém, hoje eu consegui guardar boa parte dele escrevendo-o, e, devo dizer, quando eu tenho sonhos, eles costumam ser muito loucos. Inclusive uma vez eu tive um pesadelo com uma salsa&cebola demoníaca, mas isso é outra história.

A primeira cosia que eu lembro é estar numa cidade com cara de São Paulo, mas, claramente, com a configuração urbana de Curitiba. Se eu não me engano, era uma versão paulista de umas 3/4 vias da Mariano Torres com  a 7 de Setembro em que eu começei essa parte do sonho.

Estávamos numa viagem e meus amigos, cujas identidades não estavam muito claras, estavam do outro lado da rua me esperando. A faixa de pedestres era um pouco mais a frente e, por alguma razão, eu tinha o facão branco da cozinha de casa na mão.
Eu brincava de cortar uns postes,  que eram brancos e mais ou menos da altura daqueles que seguram os semáforos de pedestres. Quando eu cortava os postes, verticalmente, caíma uma casca metálica pra cada lado, e revelava uma espécie de espuma de poliestireno dentro. Eu fiz isso com uns 4 postes antes de chegar na faixa de pedestres, e é aí que começa a ficar interessante.
Na hora que eu ia atravessar, uma ambulância vinha à toda, então eu esperei e, acho que em frustração, golpeei a base do poste do semáforo, que, curiosamente, só sofreu um risco, e, quando olhei pra cima, vi que a ambulância havia parado pra me dar passagem, viu o meu golpe em patrimônio público e, chocado, subitamente exclamou algum xingamento que não lembro mais.
Nisso, atravessei a rua, mas o sinal nem estava aberto e, por algumas passadas rápidas, não fui atropelado. O mesmo aconteceu na outra via que faltava atravessar: um carro parou e, quando eu estava atravessando, outro carro esportivo rasteiro vinha em alta velocidade. Eu só dei uma passada a mais e um pulo, fazendo o carro quase acertar minhas costas, por alguns centímetros. Mas isso foi na maior naturalidade, como se eu fizesse isso sempre e meus amigos aparentemente nem perceberam.
Foi só aí que eu começei a correr freneticamente, certo de que a polícia iria me perseguir por causa do poste (sim, estilo GTA).

Passei reto pelos meus amigos e, depois disso, vem um branco na memória.
A próxima coisa que eu lembro é estar numa espécie de matsuri, momentos antes do matsuri dance começar. O Onaka então vem me chamar, dizendo que o Rapha precisava de gente pra puxar uma filinha e, no caminho pra lá, ele me mostra uma barraquinha, estilo festa junina, onde o jogo era pegar um cubo mágico e copiar a imagem que eles davam (cada imagem ganhava um prêmio diferente). Ele disse "Talvez você tenha mais sorte do que a Luíza, haha!".
Curiosamente, a imagem que eles queriam que eu reproduzisse era de um cubo de 12x12 pra cima, mas me deram um cubo 3x3 para fazer o serviço. Depois de um tempo, parecia que eu não estava conseguindo me concentrar no cubo mágico (vocês acham que é fácil girar um cubo mágico num sonho?) e queria saber o porquê... De repente, me atingiu que eu estava sendo perseguido pela polícia e começei a correr de novo! Então estava eu correndo em direção a um hotel, por nenhum motivo aparente, dessa vez com o facão numa mão e uma toalha branca na outra, que usei para cobrir o primeiro. O problema é que eu já não lembrava mais o porquê da minha perseguição, logo assumi que havia matado alguém.
Em algum momento entre a corrida frenética e eu falando com o recepcionista, eu consegui a chave de número 71, mas que não era minha, visto que eu estava preocupado que o dono do quarto estivesse lá.
Um menino, da minha idade, começou a me ajudar (embora eu nem fizesse idéia de quem fosse) e saímos correndo para achar o meu quarto, ou era o que eu pensava. De repente, estávamos num lugar tipo um cemitério, só que não mórbido, cheio de pessoas passeando e "tumbas" com pequenos cofres numerados no lugar das fotos dos falecidos. Continuei correndo e liderando meu próprio caminho (aparentemente meu novo amigo evaporou) e passei por dois "rios", que eram partes de uma piscina com largura de aprox. 2 metros. Embora tivessem pontes para atravessar (que eu sei que estavam lá, mas não conseguia vê-las), atravessei os rios mergulhando e nadando. Correndo um pouco mais, achei o cofre 71 e meu amigo, de repente, apareceu lá para abrir o cofre pra mim.
Coincidentemente, o cofre era minúsculo e do exato tamanho retangular do meu facão. Discretamente deslizei o facão dentro do cofre, cobrindo a ação com a minha toalha (que, incrivelmente, estava seca). Tentando escapar rapidamente da prova incriminante, fui voltando para o matsuri, mas, quando já havia passado os dois rios, me toquei que minha toalha não estava comigo. Não sei porque diabos, mas eu tive a brilhante idéia de ir buscá-la (agora posso me gabar que sou um mochileiro até nos sonhos).
Passei do cofre 71 e continuei procurando ela, e quando olhei em volta, havia policiais por todos os cantos e já havia anoitecido. Rapidamente, começei a correr, zigue-zagueando os policiais que pareciam nem se importar com a minha presença. Quando estava quase chegando no rio, passei por uma figura interessantíssima: Lord Fucking Voldemort. Embora fosse um policial comum, tinha a mesma aparência e os mesmos trajes do filme e, imediatamente, percebi que ele seria o "Sherlock Holmes" do bando de idiotas que deixavam o suspeito sair correndo da cena do crime. Me desesperei ainda mais, mas meu amigo surgiu lá novamente e veio falar comigo. Porém, ao invés de um diálogo normal como pessoas normais sonham, apareceu uma caixa de diálogo transparente do tamanho da "tela", parecida com a do jogo Skyward Sword, perguntando alguma coisa do tipo "Onde vamos agora?" e algumas opções. Quando eu escolhi uma, sem sair da caixa de diálogo, ouvi claramente a voz do Voldemort dizendo "Aaahh, então é isso? Ha!"
ELE ATRAVESSOU A QUARTA PAREDE ;~;

A idéia dele estar lendo minha escolha que, como de costume em jogos, era totalmente privada, ou melhor, onde todos alheios à conversa são congelados, quebrou a minha psique e eu acordei.

Pensando agora, é até lógico, uma vez que eu nunca tive aulas de Oclumência, rsrsrsrs

Haha! Espero que tenham achado tão estúpido (de um jeito bom) quanto eu achei xD
Em breve retornaremos à atividade normal do blog, obrigado.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Gramática ou Ingramática?

Não é de tão pouco tempo que vem esta discussão entre literários ou aspirantes de Pascoale, mas, agora que ela está finalmente entrando no âmbito das escolas, acho que já tenho calibre pra dar minha opinião.

Resumindo a ópera, pra quem ainda não se informou (e não tenho fontes pra isso), a discussão é sobre a necessidade ou não do uso correto da gramática como a conhecemos (ou achamos que conhecemos).

- O uso correto é defendido pela necessidade de se comunicar e manter a ordem etc etc etc.
- O não uso é defendido pela aceitabilidade do mesmo: afinal, a finalidade da própria comunicação é ou não é apenas transmitir uma mensagem? Qual é a diferença entre "Onde fica o banheiro? Preciso usá-lo." "Ow, kd as privada, qro da um mijão"... Ok, qual é a diferença - tirando a falta de educação?

Ou seja, contanto que a outra pessoa consiga captar a mensagem, qual é a necessidade do uso formal das palavras ou, às vezes, até o uso delas? E é aí que entramos na grande, má e assustadora discussão.


- Big, mean and scary :C
Começo a mostrar as minhas próprias idéias com uma pergunta retórica (pra variar):
Como será a nossa gramática daqui a alguns anos ou décadas?
Ok, agora é até possível imaginar como gírias e erros gramaticais conseguem dar conta do recado, mas e depois?
Digo, gírias foram feitas para simplificar a comunicação com um certo grupo social, trocando um punhado de palavras grandes e assustadoras por palavras simples e rápidas de dizer. Ao mesmo tempo, erros gramaticais geralmente surgem pela dificuldade de algumas palavras serem pronunciadas ou memorizadas.
Seguindo essa linha de raciocínio, podemos dizer que isso é uma tendência, ou seja, as gírias e erros de agora continuarão passando por mais um processo de "ingramaticação" e estas, por suas vezes, continuarão passando por este ciclo. Ou seja, de gíria em gíria, muitas palavras são perdidas, até que um dia não haja mais nenhuma pra representar tal idéia ou ação e nós já estamos neste ciclo! Já há palavras perdidas e até uma língua morta, o latim.

A língua, a gramática e até os gestos foram criados para criar ordem na comunicação humana. E conseguiu! Comparando com os antigos homo sapiens, hoje nós conseguimos transmitir idéias complexíssimas usando uma única frase (ou gesto). Porém, tire essa ordem e nossa tendência é, dado um grande intervalo de tempo, voltar aos grunhidos cavernais, adaptados ao nosso estilo de vida futuro, que provavelmente não seria civilizado, vide Idiocracia (dublado em baixa qualidade no youtube).

Essa é a minha idéia principal, porém, também tem tantas áreas que são afetadas, todas derivadas da comunicação, como a música, poesia, filmes, manuais e até o próprio ato de instruir, entre várias outras coisas. Vai chegar um tempo (na verdade, talvez até já tenha chegado) em que as pessoas não serão mais capazes de expressar alguma mensagem ou sentimento através de palavras e os leitores já não vão saber o que algumas delas siginificam.

Enfim, deixando toda essa viagem no tempo de lado, a gramática é uma coisa ruim de aprender? Sim. É um objeto usado como desigualador social? Sim. Mas não deixa de ser essencial à vida em sociedade e também à riqueza intelectual humana.