terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sobre amor

Há muito tempo venho querendo escrever sobre esse tema, mas nunca encontrei uma maneira objetiva pra abordar o assunto... Mas ainda não achei. Acabou o texto.

Tá isso foi só porque pareceu muito idiota e redundante escrever "até recentemente" depois das reticências, mas, enfim, vamos ao assunto!

Isso foi graças a uma menção que vi no ask.fm de um amigo (que, embora provavelmente nunca vai ler isso, obrigado, Bitte), sobre os três tipos de amor, classificadas numa certa maneira: Philia, Agape e Eros.

Casualmente abri uma nova aba pra começar minha pesquisa e acabei descobrindo que não eram 3, mas 4 tipos em que o amor era classificado: Storge, Philia, Éros e Ágape.
Obviamente, como isso não é nenhum tipo de trabalho de faculdade ou algo do gênero, o que escreverei também vem muito da minha própria opinião e considerações sobre o assunto.

Bom, vamos começar de uma ordem que deixa tudo mais simples, começando por "Storge".
Storge é classificado como o amor fraternal, que vem da convivência. É aquele amor "de fábrica" que geralmente sentimos pelas pessoas mais próximas à nós, que provém de muita familiaridade e costume, como, por exemplo, o amor entre familiares.
Storge é o tipo de afeição que sentimos por algo que, por quanto mais tempo temos próximo  nós, maior é essa afeição. De certa forma, metaforicamente, é como se acostumar com aquele par de sapatos velho que você nunca consegue jogar fora.

Partindo direto pro próximo (calma, acho que tudo vai se encaixar depois (espero)): Philia.
Como o nome já é bem conhecido, acho que o significado já fica bem implícito: Amizade.
Philia é o amor que sentimos decorrente da amizade. De certa forma, acho que podemos dizer que é um "algo a mais" do que o Storge, pois também necessita de familiaridade. O que os diferencia, porém, é a relação igualitária, de dar e receber, com respeito mútuo de ambas as partes, lealdade, etc.
Pode-se dizer, também (e essa é a minha parte favorita), que é o único tipo de amor completamente desnatural que o ser humano não precisa realmente para reproduzir e sobreviver. Pode ter ficado feio do jeito que foi escrito, mas, na minha interpretação, é o único que podemos escolher por vontade própria.
A Philia, do jeito em que eu a interpreto, é aquela que atribuímos a nossos amigos mais próximos e confiáveis, e é essencial para nossa felicidade "espiritual" (se for para chamarmos nossa própria essência de espírito), por ser esolhida por livre-arbítrio.
Porém, como precisamos "escolher", sempre há aqueles que não escolhem nada, ou seja, escolhem a ausência. Provavelmente muitas pessoas passam a vida inteira sem confiar plenamente em alguém, sem experimentar uma única amizade verdadeira.

Agora, Éros. Como também é a deviração de uma palavra grega, alguns já devem saber do que se trata.
Éros é o romance. É o tipo de amor físico que se dá entre amantes. Porém vale ressaltar que esta não tem nada a ver com o instinto de reprodução. Enquanto o instinto diz "quero uma pessoa" Éros diz "quero uma pessoa em particular". Acho que é o mais próximo do conceito de amor mais popularmente difundido hoje em dia. Ou, melhor dizendo, está mais para a paixão, pois se diferencia da Philia pelo fato de que provém de profunda admiração. Coisas como beleza, externa ou "interna", talentos, etc.
Enfim, enquanto os outros tipos de amor que vimos até agora são mais saudáveis, Éros é completamente destrutivo.
Por que? Bom, primeiramente, para sentir uma paixão desse tipo, temos que nos entregar. É como mergulhar no oceano sem nenhum equipamento. Nós vamos sem o peso de um cilindro de ar nas costas, sem uma máscara para ofuscar a visão, mas sempre correndo o risco de não conseguir voltar à tempo para a superfície. Resumindo, assim como talvez seja a experiência mais intensa, pode ser a mais destrutiva também.

Por último, temos o Ágape. E não, não é o livro do Padre Marcelo Rossi.
Não me entenda mal, mas eu já acho que esse tipo de amor é surreal, porém, vamos à descrição dele mesmo assim.
No geral, temos que o Ágape é o amor supremo, daquele que dá sem esperar nada em troca, e ainda continua amando. Em muitos lugares em que procurei, o Ágape está descrito como representação do amor num sentido religioso. Não discutirei sobre isso.
Porém, temos também que, pela definição, o Ágape é de fato o amor supremo romantizado várias vezes em estórias. É aquele amor maduro e platônico (no sentido de não ser sensual) entre dois amantes, ou aquele amor de mãe que se sacrifica incondicionalmente pelos filhos, ou até aquele companheirismo colossal entre amigos que nunca se abandonam (à la Cavaleiros do Zodíaco).
De qualquer forma, para mim, esse tipo de amor idealizado não existe - não por ser ridículo, mas por ser inalcançável. Pode até ser porque eu nunca tenha vivenciado algo assim mas, como disse alguns textos atrás, eu não acredito que exista uma relação de "dar sem receber NADA em troca e continuar amando". Claro, como tudo que é idealizado, podemos sempre nos aproximar do Ágape, mas nunca atingí-lo.

Bom, agora é a parte do texto que junto tudo numa conclusão e tento juntar tudo para bater com a minha opinião geral (e deixar um resumo pra quem teve preguiça de ler o texto todo):
Embora haja 4 classificações de amor, eu acho incorreto DIVIDIR o amor entre estas 4 cartegorias. É possível misturar tudo. O amor que você sente por uma irmã, por exemplo, provavelmente não é só o fraternal Storge, mas também a amigável Philia.
Acredito que seja mais plausível dizer que são 4 qualidades do amor, por que podemos encontrar mais de uma dessas qualidades num mesmo amor, embora eu ainda não saiba ao certo como se encaixaria o Ágape nisso tudo.

Bom, por enquanto a fonte esgotou e, pra variar, fecharei a conclusão precocemente.
Espero que tenham aproveitado a estadia e voltem sempre! (mentira, eu não posto nunca! haha)

じゃまたね!

domingo, 31 de março de 2013

Frustração

De palavras, um jogo,
Um jogo de palavras.
No papel, nada além de rimas jogadas fora.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O Egoísmo Condicional Humano

Bom, antes de começar qualquer coisa, quero lembrar que, a não ser que eu cite uma fonte ou diga que estudei alguma coisa, qualquer tese ou conclusão que eu escrever aqui são frutos da minha própria observação e reflexão.
Ou seja, não leve as informações tão a sério e/ou reflita sobre elas por si próprio.

Bom, todo o meu fascínio por ego (inclusive tenho um post pronto só esperando um amigo escrever o dele pra publicar), ou seja, pelo "eu" humano, começou quando eu quis refletir e tentar me auto-analisar, coisa relativamente difícil de se fazer quando você não pode se observar externamente com neutralidade.
Primeiro veio a fase da consciência: eu era muito egoísta e percebi isso.
Depois, a fase da negação: "Não! Eu não posso ser assim, eu devo abandonar essa praga de ego"
E, por último, a fase em que me encontro agora, a da aceitação e (espero eu) da iluminação.

Primeiro, desconsidere os conceitos psicanalíticos de ego. Pense em ego, superego e id como uma entidade só, que eu tratarei no meu texto como ego.
O que o ego é? Por que o ego "é"?
O ego basicamente é o que garante nossa sobrevivência. Ele cuida de nós movido por, pode se dizer que, mero instinto de sobrevivência. Mas não só da nossa saúde cuida o ego, mas também da nossa integridade mental. Bom, resumindo, o ego traduz nossas vontades e necessidades em planos de ação para o cérebro executar e manter nosso bem-estar tanto quanto é possível.

"Tá, você me fez desconsiderar os conceitos psicanalíticos, mas está fazendo uma psicanálise nova? Aff"
Relaxa, era só uma introdução de conceitos que eu preciso pra desenvolver o texto. Lá vai ele:

O altruísmo como é conhecido pela sociedade não é nada além de uma "mentira bonitinha"
"Peraí, quer dizer que minha vida é uma mentira? Você está dizendo que EU e TODA A HUMANIDADE somos 100% egoístas? Aff"
Sim e não. Calma, tudo em seu tempo.

Será que você já parou para pensar porque faz algo "altruísta"? É para a outra pessoa se sentir bem?
"Sim, óbvio, essa é a DEFINIÇÃO de altruísmo... Aff"
Mas será realmente que é pra outra pessoa se sentir bem? Ou será que é só para a sua consciência se sentir bem? Para o seu ego se sentir bem.
Você não deixa de fazer alguma coisa que vai machucar alguém por que vai machucar alguém, você deixa de fazer esta coisa porque o seu ego não quer ficar com a consciência pesada depois.
Consciência pesada ameaça sua integridade mental, e o ego não gosta disso.
Tudo, eu repito, TUDO o que fazemos não é nada além de algo ordenado pelo ego e, como já discutimos antes, o ego só serve para visar o próprio bem. Não pretendo entrar em detalhes, mas só dizer que, enquanto algumas intenções do ego são mais conscientes, outras estão mais profundamente em nossa mente e são mais difícieis de serem percebidas e entendidas.

Esse contraste entre o conceito utópico de altruísmo e a verdade egoísta é o que eu queria negar no começo, pois, obviamente, ser egoísta não era lá a melhor forma de ter uma consciência limpa. Não só isso, pra mim isso anulava todo e qualquer sentido da vida em sociedade. Amigos, família, nada fazia sentido uma vez que o real propósito de ter esses laços era visar apenas nosso próprio bem.

Depois de um tempo ignorando essa terrível descoberta, voltei a pensar sobe o assunto novamente e, quer saber? Eu estava bem com isso! Em minha vida inteira eu fui assim. Em minha vida inteira todos foram assim. Por que minha vida mudaria agora?
Qual era o verdadeiro mal em ser altruísta só para poder massagear o ego? Afinal, todos os envolvidos saíam ganhando. E, acima de tudo, eu percebi que as verdades sobre altruísmo, que eu ora tinha recusado, continuavam sendo verdades. Gentileza gera gentileza, etc. etc. etc.
O mundo não tinha mudado nada, apenas eu percebi que era verdades baseadas em conceitos errôneos, porém, na prática, continuavam verdadeiras.

"Tá, então este post inteiro foi pra me fazer ficar dando voltas em um círculo hipotético? Aff"
Definitivamente, não!
O objetivo desse texto foi desalienar você de conceitos errôneos. Por que? Por que premissas errôneas geralmente levam a mais conceitos errôneos e estes a uma eventual confusão quando eles entrarem em conflito.
Não existe o altruísmo puro que visa o bem alheio, como a humanidade gosta de pensar. A melhor conclusão a que cheguei é que, na verdade, altruísmo é uma manifestação do ego que visa o próprio bem mas, para isso, causa o bem a outras pessoas também, sem segundas intenções conscientes (tipo puxar saco ou fazer favores para que outros te devam favores etc.)

Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para se tornar uma pessoa melhor, e se conhecer inclui compreender como o seu ego se comporta e aprender a controlá-lo.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Sobre amizade: Uma análise numérica

Então tá. Vocês já cansaram de ver eu dissertar sobre esse assunto aqui, mas agora vou de uma perspectiva diferente: Quantidade.
Não quero nem entrar nesse assunto na perspectiva de qualidade vs. quantidade, mas somente quantidade.

Uma coisa que eu sempre quis ter era um porrilhão de amigos, mas mal sabia o problema que poderia trazer.
"Não pode ser uma coisa ruim, pode? Amigo nunca é demais!"
Ah, pode.
Eu conquistei muitas amizades ao longo dos últimos anos e me orgulho muito disso hoje. Gosto de cada um dos meus amigos, de uma maneira ou outra.
"Tá, tudo muito lindo, mas, cadê o problema?"
Por incrível que pareça, é justamente aí que mora o problema: Que tempo eu vou dividir entre todos eles?

Quem já jogou Persona já deve ter uma idéia disso (inclusive foi o jogo que me deu o toque pra escrever este post): Você pode ter quantos amigos quiser, mas o tempo é sempre limitado. Chega uma hora que você tem que escolher entre sair com um amigo ou outro. E outro. E outro.
Chega um momento que você não consegue mais decidir direito e acaba deixando alguns amigos de lado para favorecer outros (mesmo não sendo intencional) e acaba perdendo o contato.

Embora sejam todos meus amigos, não posso me dedicar a todos e perco muitos pelo caminho. Não que eu me esqueca deles, mas apenas que eu não pude dizer "sim" quando fui chamado pra fazer alguma coisa, etc.
Enfim, acabo me sentindo mal por não poder corresponder à amizade de todos e sei que já desapontei muitas pessoas por isso, mas, fazer o quê?

Acho que aqui se aplica aquele ditado que sua mãe dizia pra você não estourar o preço no buffet por kilo: "Quam tem olho maior que a boca" não consegue dar conta de toda a comida no final. Não que os meus amigos sejam comida -q

Enfim, só um pensamento vago, mais um desabafo pra vocês que ainda acompanham o que eu escrevo